Google e a integração de aplicações na “Nuvem”

Alguns diriam: “Querem dominar o mundo”. Se todos que tentaram ao menos o fizessem com a competência que a Google apresenta, até que não seria má idéia. Essa empresa que nasceu organizando a informação na Internet e facilitando a busca de conteúdos, parece ter uma visão do futuro (não muito distante) de como a internet tem a capacidade de integrar não só a informação, mas também as pessoas e moldar a forma de trabalharmos em conjunto. A Google é mais do que “a empresa do mecanismo de busca”, é um serviço completo de “Cloud Computing”. Toda a Google é um grande aplicativo que roda na “Nuvem”.

 

O que é a “Cloud Computing”?

Basicamente trata-se de um conceito relativamente novo, de como é possível usar a internet como o lugar do trabalho. Pense em seu notebook ou no seu PC: ele é comporto de um Sistema Operacional com todos os aplicativos de que você precisa para executar tarefas e seu trabalho – desde uma calculadora, editores de texto e planilhas, até os jogos mais elaborados. A proposta dos visionários da internet, como a Google, é simples: podemos fazer tudo isso apenas pelo Navegador da internet, com tudo “virtual” e sem precisarmos nem mesmo da capacidade de armazenamento de nossos HDs.

Você pode ler mais sobre isso na Wikepedia (que é um bom exemplo de “Cloud Computing”): Computação em Nuvem.

 

O que já usamos da Computação em Nuvem?

O melhor exemplo para esse modelo são os e-mails via Web, como o Gmail, Hotmail (um dos primeiros) e o Yahoo Mail – só pra citar os mais populares. Você não precisa armazenar nada em seu computador, nem instalar nenhum aplicativo para receber e enviar e-mails, pois tudo é feito na página do serviço. Pode acessar isso de qualquer lugar, mesmo de um simples celular. Todo o conteúdo de sua conta de e-mail, bem como o sistema que faz o serviço funcionar está na “nuvem”, acompanha você onde for preciso.

 

Isso já vale também para nossos blogs. Tudo o que produzimos para publicar no blog pode ser feito pelo navegador da internet, sem precisar instalar nada. Se quer publicar um novo artigo, moderar comentários, verificar estatísticas e até programar o código-fonte de seu layout, tudo é feito em ferramentas que estão “virtualizadas”. E, mais uma vez, você pode acessar tudo isso de qualquer lugar e até mesmo de mecanismos móveis como os celulares.

 

Mas vemos tantos outros serviços e aplicativos tão simples e extremamente úteis que muitas vezes, se precisam de algo instalado em nossos PCs, servem apenas como uma “casca”. É o caso dos comunicadores a exemplo do Live Messenger (MSN) e o Skype, bem como o Twitter, Facebook e outras redes-sociais que nos fazem interagir com outras pessoas. O que acaba levando nossas vidas particulares para o mundo virtual e podemos interagir com outros, nos fazendo parte da “nuvem” de informações e nos tornamos acessíveis a todos e em qualquer lugar. Isso vai além de aplicativos e informações.

 

 

E o que a Google tem com tudo isso?

Talvez essa seja a empresa que mais investe nesses serviços e na iniciativa de tornar tudo o mais integrado com a nuvem, com a “Cloud Computing” quanto for possível. Praticamente tudo o que desenvolvem é voltado para Web e isso vale até para seu novo celular, o Nexus One. Ainda vemos pouco de tudo isso na prática, pois ainda estamos “presos” às plataformas de nossos PCs e notebooks e seus aplicativos instalados. Mas a Google oferece desde o simples Web-mail, até recursos avançados como o Google Voice, um serviço telefônico que acompanha você.

 

Seu serviço mais recente, ainda em fase de testes, é o Google Wave, que surgiu como uma idéia de reinventar o e-mail, mas que tem a proposta de integrar o máximo de recursos e aplicativos e tornar-se uma maneira de integrar pessoas em torno de projetos. Pode ser visto até mesmo como um “project manager”. É possível usar como comunicador instantâneo, conversar pelo GTalk, editar planilhas e textos pelo GDocs, publicar e comentar em blogs, enviar arquivos, entre tantas outras coisas de acordo com a capacidade criativa de desenvolvedores. Todos podem criar aplicações para o GWave, que é de código aberto.

 

Exemplos de serviços da Google que usam o conceito de “Cloud Computing”:

• GDocs – é possível editar e trabalhar com textos, planilhas e apresentações; compartilhar dados e permitir que outros possam editar junto com o autor orginal. Agora também funcionará como um HD virtual de 1Gb (gratuito) para armazenar outros tipos de arquivos e dados.
• Google Agenda – Não só serve como um apontador de compromissos, como pode servir como gerenciador de tarefas.
• Google Wave (ainda restrito) – uma tentativa de integrar indo além do e-mail e para facilitar a troca de informações.
• GTalk – é o comunicador instantâneo da Google, muito similar ao MSN.
• GVoice – está disponível só nos EUA e é uma forma de criar um único número telefônico, sem uma base fixa.
• PicasaWeb – Para compartilhar e armazenar imagens, com 1Gb de armazenamento gratuito.
• E ainda exite: Gmail (e-mail); GReader (leitor de Feeds); Blogger (para criar Blogs)

A Google não pode ser entendida apenas por um ou outro aplicativos. Seus aplicativos não podem ser entendidos separadamente. Tudo e todos foram feitos para andar juntos e, de alguma forma interagirem, formando uma única aplicação: O serviço Google!

 

Todos essas aplicações podem ser usadas em conjunto ou separadamente, de acordo com o interesse de cada pessoa. O empenho da Google em integrar seus serviços e torná-los acessíveis em todos os níveis e sistemas fez eles projetarem até mesmo um sistema operacional que seja voltado todo para a Web. O principal foco são os netbooks, que já têm capacidade de armazenamento menor e seus
usuários normalmente já interagem com facilidade na internet. Em resumo: a meu ver, a Google é toda ela um serviço de Web 2.0.

 

E o que isso muda nossas vidas?

Entendo que as mudanças são para melhor quando olhamos o quanto a internet já faz parte de nossas atividades mais corriqueiras e aos poucos vai conquistando mais espaço. A tendência é mesmo que todos ou grande parte da população, tenha acesso à internet de forma ostensiva já a médio prazo. Percebemos que cada vez mais é preciso aproximar pessoas e ampliar nossa capacidade de disseminar a informação. Não precisamos mais carregar a informação conosco em disquetes, CDs ou pendrives; nossos notebooks vão ficando mais leves e podemos acessar tudo do celular. Se observarmos bem, os netbooks são uma ferramenta desenhada para a “Nuvem”.

 

Não vejo a Google como uma empresa que desenvolve serviços (no plural), mas é ela toda um único serviço de integração (no singular), onde todos os seus aplicativos convergem apenas na usabilidade e dá às pessoas a capacidade de decidir como e onde interagir com isso. O que muda é que nos tornamos cada vez mais nômades, como é da natureza mais primitiva do ser humano. Conquistamos mais um espaço que nós mesmos criamos: o espaço virtual e nos integramos a ele.

 

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